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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 28 de abril de 2024
 

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Mensagem: Personalidade Quando se vê e se analisa os políticos contemporâneos é difícil de acreditar no que vou contar. Aconteceu em São Francisco em 1947. As eleições municipais em São Francisco, em 1947, foram das mais perigosas e disputadas. Meu pai, Brasiliano Braz, era candidato a prefeito e eu estudava em Belo Horizonte, longe do cenário político. Notícias chegavam à capital dando contas de que a vida de meu pai corria perigo. Abandonei os estudos (primeiro científico) no segundo semestre e regressei a São Francisco. Estive ao lado dele até o final das eleições e posse. Durante as apurações ocorreram irregularidades e, em razão de uma delas, meu pai teve que ajuizar um recurso ao Tribunal Eleitoral, em Belo Horizonte. Eu não conhecia as regras eleitorais. Só sei que o recurso tinha que ser protocolado em Belo Horizonte. Transporte, só o vapor, pelo rio São Francisco. De posse do recurso já elaborado, meu pai esperou pelo primeiro vapor, que chegou logo depois. Teria que ir a Belo Horizonte. No porto encontrou-se com o Dr. Manoel Ferreira, advogado e adversário político, dos mais ferrenhos. Iriam os dois para o mesmo destino. Meu pai tomou uma decisão. Aproximou-se do Dr. Manoel Ferreira e declarou: “Estou indo a Belo Horizonte para ajuizar este recurso. Já que você está indo, você poderia entregá-lo ao Tribunal para mim”. Meu pai pertencia ao PSD, o Dr. Manoel Ferreira à UDN. O Dr. Manoel Ferreira assustou-se em presença da confiança. O recurso era contra a sua corrente política, mas recebeu o documento. Embarcou no vapor e, no prazo, o entregou no protocolo do Tribunal. Em razão do recurso, a UDN perdeu as eleições municipais e meu pai assumiu o cargo de prefeito do Município. O Dr. Manoel Ferreira afirmou, tempos depois, que nada o impediria de entregar o recurso. Chegaria a Belo Horizonte, nem que fosse a cavalo. Valores morais que se vão perdendo. Conjunto de características individuais e psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, que se esvoaçam nos tempos presentes. Hoje, os recursos têm trâmites mais objetivos e diretos, não apresentam situações tão inusitadas, mas não creio que, em idênticas condições, haveria a confiança de pedir e a responsabilidade de entregar.

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