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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: (Durante anos, o escritor e agrimensor Nelson Vianna, nascido em Curvelo e apaixonado por M. Claros, desde que aqui chegou, pesquisou a história da cidade. Foi a arquivos, jornais, revistas e livros, entrevistou pessoas, vasculhou correspondências – enfim, buscou em toda parte fontes que permitissem levantar a história do município de M. Claros. Conseguiu. Processou sua longa procura e publicou ´Efemérides Montesclarenses´, que cobrem o período de 1707 a 1962, revelando o que - neste período - aconteceu de mais importantes no cotidiano de nossas vidas. Nelson Vianna, apaixonado por M. Claros, reconhecido ao historiador Hermes de Paula, mais novo do que ele, mas seu auxiliar no trabalho, prestou - prestaram os dois, é preciso gritar isto - uma das mais notáveis contribuições à civilização dita montesclarina. Morreu sem ostentar riqueza material, mas o seu legado espiritual cresce a cada dia, embora ainda não seja suficientemente reverenciado. O tempo, sempre ele, também fará esta reparação. Republicar a resenha histórica pacientemente ajuntada pode ser um começo. Pelo calendário do dia, sairá publicado aqui, desde este 12 de janeiro de 2011, o que ele conseguiu desvendar no vasto tempo de 255 anos - entre 1707 e 1962, de uma Montes Claros nascente, criança e juvenil. Ajudará a cidade a se localizar. Talvez, a se achar. E haverá sempre um preito de gratidão a estes dois - Nelson Vianna e Hermes de Paula, e a muitos outros que, no silêncio, onde Deus fala aos Homens, recolhem o aplauso geral): 25 de maio 1905 — Chega a Montes Claros o terceiro sacerdote premonstratense belga, cônego Benolt Maussem, mais conhecido por padre Bento. 1919 — Às 20 horas, no centro da praça Dr. Chaves, em Montes Claros, à frente de numerosa assistência, é assentada a pedra fundamental do coreto que lá existiu até a construção do jardim, quando então foi demolido. A iniciativa partiu do cap. José Augusto de Castro e a construção foi executada por meio de subscrição popular. - Nasce em Porteirinha, Minas o dr. Aflio Mendes de Aguiar, filho de José Mendes de Aguiar e dona Cipriana Mendes da Silva. Fêz o curso primário em Belo Horizonte, o secundário, em Juiz de Fora, diplomando-se em 1947 pela Faculdade de Ciências Médicas do Distrito Federal. Tem exercido os seguintes cargos: Presidente do Rotary Clube de Montes Claros; da Cooperativa do DNOCS; médico da Santa Casa, do Orfanato de N. S. do Perpétuo Socorro, do Circulo Operário e da União Operária e Patriótica de Patriótica de Montes Claros; Diretor do Hospital Pedro de Alcântara, por três anos; vereador à Câmara Municipal de Montes Claros e suplente de Deputado à Assembléia Legislativa do Estado de Minas; professor do Colégio Imaculada Conceição e do Instituto Norte Mineiro de Educação, desta cidade. E’ médico-sanitarista do Estado de Minas, do SAMDU, e Chefe do Serviço Médico do DNOCS, contratado por doze anos. 1944 - As duas horas da madrugada, chega a Montes Claros a composição especial da E. F. Central do Brasil que conduz o Governador Benedito Valadares e sua comitiva. - O Governador Benedito Valadares inaugura, na cidade de Montes Claros, a Praça de Esportes, situada no prado Oswaldo Cruz; a Fundação Dr. Antônio Teixeira de Carvalho, à rua Dr. Velloso; o Orfanato N. S. do Perpétuo Socorro; a Central Hidro-Elétrica de Santa Marta e a Estação Rádio Telefônica do Estado. A primeira ligação desta foi feita pelo escritor Ciro dos Anjos , Presidente do Conselho Administrativo do Estado de Minas, para o dr. João de Quadros, Oficial de Gabinete do Governador Benedito Valadadares, em Belo Horizonte. Às 21 horas, tiveram lugar o banquete e a recepção, oferecidos ao Governador do Estado, no Clube Montes Claros, seguindo-se o baile. Tôdas as solenidades foram abrilhantadas pela banda de música do 3.° Batalhão de Diamantina. A usina de Santa Marta, ora inaugurada, está localizada na Cachoeira de Santa Marta, formada pelo rio Ticororó, no município de Grão Mogol, distrito da sede. O desnível aproveitável é de 68,5 metros. Dêste, foi aproveitada a queda livre de 66,4 metros. Mas o aproveitamento total da capacidade da cachoeira é de 1.500 HP, em duas unidades de 750 HP. A linha de transmissão mede 61 quilômetros, havendo também uma linha telefônica. 1951 – Falece, no Rio de Janeiro, o dr. Demósthenes Rockert. Diplomou-se em engenharia civil, em sua cidade natal, mas, quando ainda estudante, em 1914, foi admitido como auxiliar de Desenhista, com exercício na Secção Técnica da Linha. Em princípios de 1916, serviu como Auxiliar Técnico na construção do ramal de Paraopeba onde permaneceu até 1919, sendo designado para ocupar as funções de Ajudante-Residente. Dali recebeu ordens para fazer o estudo de revisão das medições e classificações da construção do ramal de Mariana a Ponte Nova. Em 1920, foi designado para dirigir os serviços de construção da ponte de Pirapora, sôbre o rio São Francisco. Nesta cidade, consorciou-se com dona Diva Nascimento. Serviu, três anos e meio, na direção da grande ponte que mede cerca de 850 metros de extensão, tendo sido, na sua conclusão, elogiado pelos drs. Assís Ribeiro e Pires e Albuquerque. Em março de 1920, foi nomeado Residente da construção. Com a chefia da construção da ponte acumulou, sem remuneração, as funções de Engenheiro-Residente da 1ª Residência, para a qual foi designado em agôsto de 1920, servindo até maio 1923. Durante êste período, sem acréscimo de vencimentos, chefiou a construção do ramal de Montes Claros, no trecho entre Buenópolis e Bocaiúva. Em setembro daquele ano, foi incluído no quadro efetivo dos engenheiros da Central do Brasil, da 5ª Divisão (hoje 3.ª). Em maio de 1923 foi, transferido para a 4.a Residência, com sede em Mariano Procópio, acumulando, nessa ocasião, sem remuneração, as funções de Engenheiro-Residente e Chefe da construção do ramal de Lima Duarte. Em 1924 foi designado, na categoria de Ajudante de Construção, para chefiar o ramal de Mariaia a Ponte Nova, cujos serviços foram atacados com intensidade, numa extensão de cêrca de cem quilômetros, entre Lavras Velhas e Ponte Nova. Em janeiro de 1925 assumiu a direção da Rêde Viação Cearense, nomeado em 1924. Cêrca de dois anos, dirigiu aquela estrada, exonerando—se em 1926. Nestes dois anos entregou ao tráfego cêrca de 150 quilômetros de novas linhas, tendo prolongado a Rêde, de Baturité à cidade do Crato, numa extensão de 60 quilômetros, por dentro do Estado da Paraíba. Em 1926 apresentou-se novamente à Central do Brasil, sendo-lhe entregue a direção dos serviços do tráfegco do R. de São Paulo, cargo em que permaneceu até fim de maio, quando foi designado para assumir as funçoes de Subdiretor da 5ªDivisão. Em agôsto de 1928 foi nomeado para o cargo efetivo de Ajudante da Locomoção. Em setembro de 1926, foi eleito pela Assembléia de Acionistas Diretor-Presidente do Lloyd Brasileiro, cargo que assumiu para cumprir ordem do Govêrno, demorando-se naquelas funções por quatro meses. Voltou à Central do Brasil em março de 1929, reassumindo as funções de Subdiretor da 5ª Divisão. Em 1931 foi dispensado do serviço, com tôda a direção da Central do Brasil, na época da revolução. A 23 de julho de 1934, foi readmitido e nomeado Chefe de Divisão em 1935. Em 1936, era designado para exercer a fiscalização da fábrica de trilhos. Foi transferido para Montes Claros a 2 de outubro de 1941, como Chefe da Comissão de Construção do prolongamento da linha férrea de Montes Claros a Monte Azul. O que foi essa realização, acha-se sucintamente descrito neste livro, na data de 14 de novembro de 1950, quando chegaram a Montes Claros as altas autoridades da E. F. Central do Brasil, para a inauguração da Estação de Monte Azul. Quando Chefe da Comissão de Construção, foi nomeado Prefeito Municipal de Montes Claros, cargo de que tomou posse a 5 de janeiro de 1947, exercendo-o até 9 de abril do mesmo ano, ocasião em que teve de deixar as referidas funções devido a injunções políticas que, como sempre acontece, na maior parte das vêzes, prejudicam a coletividade. Mas não só como Prefeito, como também na chefia da Comissão de Construção, e durante todo o período de sua permanência na cidade, prestou êle numerosos serviços a Montes Claros. Higienizou até então imundo Mercado Municipal; auxiliou o Instituto Dr. Antônio Teixeira de Carvalho, doando toda a quantidade de cimento e pedras necessários à sua construção; levantou um grande rancho para tropeiros e roceiros que ali quisessem deixar os seus animais, próximo à rua Ruy Barbosa; reconstruiu a Capela do Morrinho, então em ruína; auxiliou melhoramento da Casa das Pobres; fêz o estúdio da ZYD — 7; instalou o Grupo Escolar Dr. Carlos Versiani, depois de haver remodelado o prédio a fim de que ficasse adaptado para aquela finalidade; realizou um serviço de indiscutível necessidade, de tal vulto, que nenhuma administração até então se animara a enfrentar, tal a da aterragem e respectiva canalização da barroca do Modesto, possibilitando a continuação das ruas Pedro Segundo, Carlos Pereira e Dom JOão Pimenta, concorrendo assim, para o desenvolvimento de vasta área urbana. Como poderá verificar-se, pelo ligeiro curriculum vitae ora exposto, possivelmente incompleto, não foi o dr. Demósthenes Rockert apenas um engenheiro de competência inegável depositário de encargos da maior responsabilidade, de que se desempenhava com brilhantismo tal, que o faziam alvo de fartos elogios por parte de seus superiores hierárquicos; mas também o cidadão útil, de grande coração, cujos sentimentos de humanidade se faziam sentir onde dêles necessitassem. Durante a sua estada na cidade, não só como Chefe do Executivo, mas em tôdas as ocasiões em que se lhe apresentasse oportunidade, beneficiou-a largamente, com obras valiosíssimas de âmbito filantrópico e social, empregando, para realizá-las, os recursos de que na época dispunha. O dr. Demósthenes Rockert foi, assim, um grande amigo de Montes Claros, tanto quanto os que mais o foram. E isto deve ser reconhecido e proclamado em alto e bom som, sem qualquer restrição — e não emitido em palavras mastigadas, em frases capciosas, onde se notam concessões difíceis à sua proveitosa atuação em benefício da cidade, procedimento este que em nada dignifica o sentimento humano que, neste caso, devia ser de franca e profunda gratidão.

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