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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Polícia Federal apreende carros de luxo em duas cidades de MG - Veículos teriam ligação com esquema de venda ilegal de terras - A Polícia Federal (PF) apreendeu oito carros de luxo e um Jet ski nesta quarta-feira (28) em Montes Claros e Salinas, na Região Norte de Minas Gerais. A polícia suspeita que os veículos tenham ligação com um esquema de venda ilegal de terras descoberto na semana passada. De acordo com a PF, um homem foi preso nesta quarta-feira (28) suspeito de fazer parte do esquema. Nove pessoas entre políticos e funcionários públicos já haviam sido presos em uma operação realizada nesta terça-feira (20). O secretário de Estado da Regularização Fundiária, Manoel Costa, foi exonerado do cargo também nesta terça-feira (20). Ainda segundo a polícia, um dos carros apreendidos está avaliado em R$ 380 mil. Os veículos, o Jet ski e o suspeito preso foram levados para a sede da Polícia Federal em Montes Claros. Venda ilegal de terras Os prefeitos de Vargem Grande do Rio Pardo e Indaiabira, cidades do Norte de Minas Gerais, foram apontados nesta terça-feira (20) em investigação do Ministério Público Estadual por suspeita de envolvimento na venda irregular de terras do estado. Dentre as nove pessoas que haviam sido detidas, estão dois diretores do Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais (Iter-MG), Antônio Carlos Quaresma e Ivonei Abade, três servidores do Iter-MG, um policial civil, uma tabeliã do cartório de notas de Serranópolis de Minas e dois empresários ligados a mineradoras. O secretário de Estado da Regularização Fundiária, Manoel Costa, foi exonerado do cargo nesta terça-feira (20) após denúncia de participação no esquema. Segundo o MP, foi decretada a indisponibilidade de bens do ex-secretário. Procurado pelo G1, Manoel Costa informou que não tem detalhes sobre as investigações. “Não sei se há acusações específicas contra a minha pessoa”, disse. Perguntado sobre o motivo da exoneração, ele afirmou que “não tem nada contra”. “É para não ficar um desgaste político. Apuram-se os fatos e pronto”, falou. Segundo Costa, ele levantou pessoalmente as informações sobre irregularidades que deram origem a estas investigações. ”Estávamos preocupados, desconfiados. Nossa ação foi proativa. Passamos informações tanto para a Auditoria Geral do Estado quanto para o Ministério Público no fim do ano passado e no início deste ano”, relatou. Manuel Costa acrescentou ainda que não tem informações sobre as mineradoras investigadas. Segundo ele, a equipe em que atuava há quatro anos e meio focava na regularização de pequenas propriedades. “Não temos nenhuma relação com mineração. Nossa ação é só atuar na regularização de terras de até 100 hectares na zona rural”, completou. Ninguém do Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais (Iter-MG) foi encontrado para comentar sobre o afastamento de dois diretores e a prisão de três servidores investigados. Esquema A Polícia Federal informou que o esquema contava com o apoio de policiais civis que intimidavam pequenos proprietários a deixar terras, que eram repassadas a grileiros com a ajuda de servidores do Iter-MG. Os grileiros eram os responsáveis por vender as propriedades a mineradoras. Ainda de acordo com o promotor, a Vale e uma empresa fantasma denominada Floresta Empreendimentos foram citadas nas investigações. De acordo com a ação do MP, a Vale seria responsável pelo repasse de R$ 41 milhões para compra de uma propriedade localizada entre os municípios de Salinas e Grão Mogol, que pertence ao estado. O promotor João Paulo Alvarenga Brant informou ainda que foi pedido nesta terça-feira (20) o bloqueio de bens referentes à transação. Procurada pelo G1, a Vale informou por meio de nota que realiza estudos para implantar uma unidade de mineração de ferro na região Norte do estado, conforme protocolo assinado com o governo. A Vale informou que “possui procedimento sistematizado de aquisições baseado nos mais rigorosos critérios éticos” e que não identificou irregularidades na compra de terras na região. De acordo com o Ministério Público, em outra ação, da comarca de São João do Paraíso, foi pedido o bloqueado de R$ 200 milhões, referentes a enriquecimento ilícito com a fraude e multa. Ainda segundo o MP, durante a operação, foram apreendidos documentos, computadores e veículos. HOJE EM DIA - ´Grilo´ leva mais quatro para a cadeia - Carros e jets ski luxuosos que, juntos, somariam mais de R$ 4 milhões , foram apreendidos pela PF de Montes Claros - A Justiça decretou a prisão de mais quatro pessoas acusadas de grilagem de terras públicas ou pertencentes a pequenos posseiros em um desdobramento da ‘Operação Grilo’, deflagrada pelo Ministério Público (MP), em conjunto com a Polícia Federal (PF). Os mandados de detenção juntam-se a outros nove expedidos na semana passada durante as investigações, que resultaram na exoneração de Manoel Costa da Secretaria Extraordinária de Regularização Fundiária. Foram detidos Orozino Marques Carvalho e sua esposa Adelzuith Marques Santos. Ambos são apontados como responsáveis por operacionalizar a grilagem no Norte de Minas. Mesma suspeita recai sobre Ricardo de Carvalho Rocha e sua esposa Luciana Rocha Mendes. Estes dois tiveram a prisão decretada, porém, estão foragidos. Segundo o advogado da família, João Rafael Santos Silva, Adelzuith Marques foi liberada pois teve a prisão revogada após prestar depoimento em Montes Claros. Já Orozino continua detido. Ele foi encontrado por agentes da PF em Belo Horizonte com R$ 14.950 em espécie. Em Montes Claros, a polícia apreendeu carros e jet skis de luxo, em nome de Orozino e Ricardo, no valor de R$ 4 milhões. O advogado informou que Ricardo Carvalho iria se apresentar ainda na quarta-feira. Todos os envolvidos figuram na ação civil pública que motivou a operação. Em gravações telefônicas, Orozino e Ricardo combinam o recebimento de R$ 41 milhões da mineradora Vale, que nega envolvimento no esquema. Promotores do caso sustentam no documento que os dois indicavam as terras a serem legalizadas pelo Instituto de Terras (Iter). Também eram responsáveis pela negociação dos terrenos. Eram intermediários. “Ricardo comenta que está agilizando alguns documentos. Orozino fala que já tem o caminhão para levar a madeira e o arame, e a área que será cercada em Montezuma teria quatrocentos hectares”, diz um dos trechos das gravações referente ao dia 08 de agosto deste ano. Conforme antecipou o Hoje em Dia, Ricardo estaria atrapalhando as investigações. Na semana passada, após a prisão de oito envolvidos no esquema, ele teria sacado R$ 900 mil. O saque foi um dos motivos que levaram o MP a pedir a detenção do acusado. O advogado João Rafael informou que seus clientes estão dispostos a colaborar com a Justiça, pois são inocentes. Segundo ele, Orozino irá apresentar “toda a documentação das fazendas” que teria negociado. O Hoje em Dia teve acesso a uma fotografia que mostra Manoel Costa com os prefeitos Marcus Tácito Penalva Costa, de Indaiabira, e Virgílio Tácito Penalva Costa, de Vargem Grande do Rio Pardo, o empresário Altemar Ferreira, e o servidor Gilson Pereira de Freitas. Todos eles são acusados de fazer parte do esquema de grilagem de terras. A fotografia foi tirada em meio a uma terra no Norte de Minas. Altemar é acusado de “arranjar a documentação utilizada nas fraudes e a proceder invasões de terras na região”, segundo a ação civil pública. Gilson, que está preso, e os prefeitos, que chegaram a ser afastados dos cargos, são suspeitos de chefiar a quadrilha junto com Costa. Procurado, na quarta-feira (28), o ex-secretário não quis dar explicações. “Não tenho nada a te declarar. Seu jornal é terrível”, limitou-se. Farley Menezes, advogado de Ivonei Abade Brito, ex-diretor-geral do Iter, preso na primeira fase da operação, questionou a detenção e obteve ontem a revogação da prisão. Segundo ele, ela não foi feita com base em inquérito policial. A juíza Aline Martins, que autorizou as prisões, não quis comentar.

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