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Mensagem: Marola e tsunami Waldyr Senna Batista Uma coisa parece fora de dúvida: a “marolinha” não se transformará em “tisunami”. Pode se tornar, no máximo, em tremor de terra, como o registrado há dias, que passou despercebido à maioria da população da cidade e, na escala “Richter”, foi de magnitude reduzida. Aliás, nem os próprios organizadores do movimento “fora Tadeu” parece alimentar a pretensão de mobilizar multidões. Quando muito, esperam fugir da classificação de “meia dúzia de gatos pingados”. Para isso, vão insistir com novas passeatas, agitando faixas, gritando palavras de ordem e tentando ampliar o desgaste político do prefeito. Para este sabado, estava programada mais uma manifestação, da série que se estenderá até a eleição do próximo ano. Esta , sim, para valer e com números para avaliação do possível estrago provocado pelos manifestantes. Para o prefeito Luiz Tadeu Leite o campo de manobra é estreito. Cabe-lhe fazer de conta que não é com ele, defendendo burocraticamente o legítimo direito de livre manifestação de opinião ou procurando mexer-se para injetar algum entusiasmo na sua administração, que ainda não decolou. O pacote de obras por ele anunciado ontem pode contribuir nesse sentido, embora tenha se limitado a pequenas obras ou à repetição de itens que já figuraram em praticamente todas as propostas dos últimos prefeitos, como é o caso da retificação do córrego do Cintra. Faltou o “Mocão”, cujo buraco está completando quarenta anos... A lista mais pareceu plano de ação de administração que vai começar quando, passados 27 meses do mandato de 48, seria o caso de estar sendo feita prestação de contas de obras realizadas. E, pela extensão do pacote, há dúvidas quanto à sua viabilidade. O tempo é curto, o desgaste tem sido grande e a campanha para a sucessão já está nas ruas. O pacote foi anunciado como “Obras e serviços prioritários a serem realizados em 2011 e 2012”, mas, na prática, não são dois anos. Quando muito restam doze meses, pois de 2011 já se foi a quarta parte e 2012 “termina” em abril, por causa da eleição. Outras medidas por ele adotadas podem ser catalogadas como visando a eleição, como a recomposição do secretariado, que não teve a amplitude anunciada, limitando-se a remanejamento de pessoas, efetivação de interinos e o retorno de antigos auxiliares. Pelo menos dois dos novos secretários são ligados a grupos que não integram a administração, mas não consta que tenham sido a ela agregados com o objetivo de ampliar sua base de sustentação. Equivale dizer que a dança de cadeiras efetuada não pode ser tida como preparatória da campanha. O grande transtorno da atual administração foi a admissão (“a várias mãos”) em massa de servidores, que tiveram de ser demitidos, levando à deterioração do clima político. Esses servidores afastados é que estão, em grande parte, reforçando o bloco “fora Tadeu”, que não pretende dar trégua ao prefeito tão cedo. Para reduzir os efeitos deletérios dele, a única arma é a realização de obras, como pretende o pacote dado agora à divulgação. Mas não basta publicar lista de boas intenções. O que importa é executar o que está no papel. Para isso, é necessário muito dinheiro, que foge à capacidade financeira da Prefeitura. Teria ela segurança de que o Estado e a União lhe darão o suporte necessário? (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)
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