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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
 

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“Ars longa, vita brevis.” A TV da Assembléia Legislativa de Minas Gerais realizou um especial do programa “Memória”, com meu querido amigo Konstantin Cristoff. Aprendi a chamá-lo de “Konsta” e “Barão” – ele se parecia com um barão europeu – através de João Carlos Sobreira, quando batíamos longos papos, sentados em cadeiras da varanda da casa de “tia” Nazaré, mãe de João, na Dr. Veloso com Governador Valadares. Ele estudava arquitetura e entendia muito de arte. Eu, curioso capiau, pouco ou quase nada versado na matéria, sedento de aprender, ficava ouvindo atentamente suas palavras. E como ele conhecia a vida e a obra de Konstantin! Anos depois eu trabalharia com Yedde, filha do grande Dr. Plínio Ribeiro, esposa do “Barão”, na reitoria da universidade e passaria a admirá-la pela vasta cultura, pela tranquilidade e pela bondade. Foi fácil ficar amigo dela porque eu já era fã incondicional de seu marido.. O especial da TV Assembleia emocionou-me. Deveria ser reproduzido em todas as faculdades do país, porque é uma verdadeira aula de história da arte, num linguajar simples, embalado pela sinceridade e pela pureza. “Barão” falou de sua grande amizade, desde a juventude, com Guignard e dos quatro autorretratos que esse grande artista pintou dele. Falou da influência da semana da arte moderna na sociedade de então, falou de sua vida pessoal e de seus vários momentos artísticos. Falou da influência que sobre ele exerceu Godofredo Guedes. Falou dos nus, do misticismo, dos quase-cartuns, das quase-pinturas e do Konstantin, artista pleno e maduro, que trocaria a arte de cuidar da saúde dos homens pela de retratar as pessoas e a vida, em telas. Telas, digo eu, que ficarão na História, para o bem das gerações porvindouras. “Barão” ainda dissertou ainda sobre política com “p” maiúsculo, exaltou a impactante arte contemporânea e fechou o programa dizendo da importância de Yedde em sua vida, numa linda declaração de amor. Neste 21 de março de 2011, como diria o Rosa, ele “encantou”. Ouso dizer, no entanto que, pelo encanto de sua vida, sua partida foi um desencanto. Desencanto que se transformará numa fulgurosa estrela, lindíssima, que se instalará harmoniosamente num lugar muito especial do firmamento. Muito obrigado, grandioso Konstantin, pelo que você fez por todos nós. Obrigado por sempre ter-nos embriagado do mais profundo orgulho de sermos montesclarinos. Como são pobres as palavras ante a magnitude de sua arte!

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