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Mensagem: Vamos com fé; a fé ‘não custuma faiá’ Alberto Sena Lúcio Benquerer, montesclarense nascido em Grão Mogol, viveu mais de 20 anos longe da sua terra natal, em Belo Horizonte, onde teve larga experiência na Sudene dos melhores tempos, como economista que é. Antes, ele morou em Montes Claros um tempo, onde fundou a revista ‘Encontro’, na década de 1960, atualíssima, se estivesse circulando até hoje. Foi por duas gestões presidente da Associação Comercial de Minas, e por bom tempo, como diretor-executivo, ele dirigiu o Fórum de Líderes Empresariais Gazeta Mercantil, cujo presidente era Luiz Fernando Furlan, da Sadia, ex-ministro do Desenvolvimento, Comércio e Indústria, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República. Duas décadas depois, Benquerer, viúvo, hoje casado com Wilma Caldeira Nunes, resolveu se mudar em definitivo para Grão Mogol. Lá, comprou uma casa em estilo colonial, reformou-a como bem quis por dentro. Pintou as paredes de azul clarinho e as portas e janelas de um azul um pouco mais forte. Fez uma cozinha que é uma maravilha, muito mais gostosa do que as cozinhas de antigamente, que tinham fogão a lenha. As paredes de um dos lados e do fundo da cozinha são de blindex transparente o bastante para ele e Wilma apreciarem a bela paisagem que jorra o tempo todo lá fora; e nas noites estreladas as luas sobressaem, mormente as cheias. O mais curioso ainda não contei: no fundo da cozinha há uma enorme pedra. Ele a encontrou ali e fez questão de deixar boa parte dela dentro de casa. Como homem criativo e irrequieto, daqueles que estão sempre em atividade, Benquerer teve a brilhante ideia de fazer da pedra uma adega. Mandou trazer uma máquina perfuratriz e numa manhã só o perfurador, quer dizer, o homem que operou a máquina, fez uma série de buracos e a adega ficou pronta. Volta e meia Lúcio desce os três degraus que circundam a pedra e escolhe a garrafa de vinho que vai dividir com Wilma. O clima de Grão Mogol é europeu. O céu fica nublado com muita facilidade. Muitas das vezes o camarada sai de Montes Claros para ir a Grão Mogol com o sol rachando e lá o tempo está nublado, até meio frio. Nesta época do ano, então, o frio lá é muitas vezes mais do que em Montes Claros. Se é que em Montes Claros já fez frio algum dia. Da cozinha para o jardim coberto de flores, de onde se pode divisar o ‘Presépio Natural Mãos de Deus`, Lúcio contempla uma paisagem linda. Uma grande serra de pedras em primeiro plano, e mais ao fundo uma cadeia de serras com a mesma consistência são um convite para quem gosta de trekking. Numa dessas serras, segundo Benquerer, há uma trilha chamada ‘Caminho do Barão’, que leva o caminhante até a histórica Diamantina. Não tive tempo de conhecer esse caminho, mas Deus ainda vai proporcionar a nós essa caminhada. Para mim, viver é caminhar. Caminhar em contato com a natureza. Sou ‘viciadinzim’. Nada mais há de tão importante para fazer a gente refletir, ter boas ideias e colocar a cachimônia em ordem do que andar. Mas não é andar em disparada. A gente sai andando e vai parando sempre que encontra algo digno de contemplação maior. Este é um exercício completo: andar. Bom para o espírito, a mente e o corpo. O gostoso mesmo de Grão Mogol é a qualidade de vida. O ar é puro. Os liquens nas pedras informam sobre isto. Poluição nenhuma. Para quem quer descansar das coisas da cidade grande e cansar fazendo outras coisas, Grão Mogol é o lugar. Confesso que nem sei para quê estou informando sobre isto, pois não é o meu desejo despertar o interesse das pessoas por Grão Mogol, antes de Deus me dizer que é hora de arrumar a trouxinhas e fixar raízes lá. Só não faço isto hoje porque preciso que aconteçam algumas coisas que me proporcionarão a mudança. Mas dentro de mim a voz de ‘Eu Sou’ fala: ‘Grão Mogol é o seu lugar’. Belo Horizonte e as grandes cidades de modo geral estão saturadas. Até mesmo Montes Claros querida já não mais me anima voltar a morar. Precisamos de uma cidade tal e qual Grão Mogol, que conheci há poucos dias. A nossa ida para lá está nas Mãos de Deus, como a nossa vida, desde o sempre. A gente tem que ir indo, caminhando com fé porque ‘a fé não custuma faiá’, como diz a música de Gil. (N. da Redação - Lúcio Benquerer, que muitos chamam de Lúcio de Bem Querer, é um dos mais importantes nomes do Norte de Minas nos últimos 60 anos. Culto, afável, bom, influenciou poderosamente a vida de Minas nos últimos 40 anos, residindo em Belo Horizonte. Foi planejador dos mais competentes, empresário bem sucedido, presidente da Associação Comercial do Estado e só não saiu candidato a prefeito de Belo Horizonte, por uma reunião de partidos, porque declinou do convite. É uma espécie de embaixador plenipotenciário do Norte de Minas em qualquer fórum importante onde compareça. Tem uma legião de amigos e admiradores, em todo o Brasil. É dos nomes mais respeitados de Minas Gerais, em todas as áreas. No Norte de Minas, especialmente - onde é ícone permanente, mercê de sua alta Luz e a despeito de sua incrível modéstia).
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