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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: A coisa é outra Waldyr Senna Batista Montes Claros tem coisas que outras cidades não têm – diz a conhecida música de exaltação da cidade. Mas a expressão, transcorrido tanto tempo, pode ser tomada em outro sentido: Montes Claros ainda tem coisas que a grande maioria das cidades deixou de usar. Exemplo: veículos de tração animal. Em plena era da velocidade supersônica, as pachorrentas carroças continuam nas estreitas ruas da cidade. Em outra época, elas prestaram bons serviços, mas, de há muito deviam ter sido abolidas ou, quando muito, ter seu uso circunscrito a áreas em que não incomodem tanto. Nos anos 1960, quando “O Jornal de Montes Claros” teve a coragem de sustentar campanha para a eliminação das carroças na área central da cidade, o céu veio abaixo. A proposta foi tida como desumana, porque levaria à fome um dos segmentos mais pobres da população, além do que a cidade não poderia prescindir desse meio de transporte para pequenas cargas. De que maneira livrar-se de restos de construção e outras espécies de lixo? Não valia o argumento de que os carroceiros o lançavam no primeiro lote vago que encontravam - como, aliás, continuam fazendo - dando origem aos “lixões” que tanto incomodam. Era argumento dos notórios políticos de então, que procuravam tirar proveito eleitoral do que classificavam como campanha condenável. Muito tempo depois, quando aquele jornal já havia deixado de circular, a medida foi adotada, sem que gerasse os efeitos previstos. Não consta que os proprietários desses “veículos” tenham sucumbido e nem que a população tenha encontrado dificuldades para livrar-se dos entulhos. Para isso surgiram as práticas caçambas, que encontram locais adequados para os restos de construções; e, quanto aos carroceiros, não deixaram de existir: recente levantamento revelou que eles seriam cerca de 1.500, envolvendo em torno de 6 mil pessoas dependentes dessa atividade. Outro exemplo de excentricidade de Montes Claros: a ocupação indevida de ruas e calçadas com carrinhos para venda de frutas e outros produtos alimentícios e bugigangas. Eles encontram-se instalados em todos os cantos da cidade, principalmente nas portas das agências bancárias, emporcalhando os locais e atestando que a cidade, que evoluiu tanto em inúmeros setores, neste ela continua apegada a hábitos ultrapassados. Quando o mercado municipal funcionava na praça Doutor Carlos, as ruas adjacentes tinham de ser interditadas, aos sábados, para dar lugar aos “bruaqueiros”, que vinham da roça para vender seus produtos. Transferido o mercado para as proximidades da Praça de Esportes, o problema agravou-se, pois a interrupção do trânsito passou a ser permanente em dois quarteirões da rua Cel. Joaquim Costa. E o problema não foi corrigido nem com a construção do atual mercado, que está em reformas, onde se criou área livre para a lambança das cascas de pequi, restos de melancias e rejeitos de jabuticabas, além das moscas que proliferam. É dali que partem os carrinhos de mão que vão emporcalhar o centro da cidade, que só recentemente livrou-se da praga dos camelôs que se apoderavam da praça Dr. Carlos, para vergonha da cidade. O shopping popular e as barracas construídas numa das laterais da Praça de Esportes, devolveram para uso da população as áreas infestadas. Mas é bom que a Prefeitura acorde e veja que, no calçadão da avenida Padre Chico, os passeios já estão sendo tomados por résteas de cebola e alho. Se algo não for feito, com urgência, logo estará de volta o antigo suplício causado pelos camelôs, de triste memória. Vê-se claramente que carroças e feirantes estão ligados às origens rurais da cidade, que não podem ser negadas jamais. Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. No que se refere ao comércio de frutas, trata-se, atualmente, de mera exploração comercial, que nada tem a ver com os “bruaqueiros” do velho mercado. Eles nunca venderam morangos, maçãs, peras e outros produtos “exóticos’. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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