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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: A Praça Coronel Ribeiro é nossa Alberto Sena Diretamente da capital do Norte de Minas, Montes Claros, que também é a capital do “Pequistão”, república administrada no âmbito do Face Book por montesclarenses residentes em toda parte do mundo, o amigo Reinaldinho, da Emater-MG, envia a seguinte mensagem: “Faz alguns dias que estava querendo comunicar com você, especificamente para informar sobre o início da reforma da Praça Coronel Ribeiro, que você tanto defendeu. Não tenho conhecimento do projeto, mas já é alguma coisa, visto que a praça, estava dando dó aos montesclarenses”. Alvíssaras! Então há salvação para a Praça Coronel Ribeiro. Antes tarde do que mais tarde. As gerações de hoje e as de ontem agradecem, porque a praça de histórias tantas se encontra largada – e pude fotografá-la numa ida recente a Montes Claros, com as pedras portuguesas, com certeza, soltas em alguns pontos, os fícus e os flamboyants largados, bem diferente daqueles tempos em que a praça, de fato, era nossa. Sentávamos nos bancos e ali confabulávamos horas ganhas, nunca perdidas, sobre um pouco de tudo depois que saíamos das sessões de cinema. Ali reuníamos – Daniel Ribeiro, Rubinho Sena, Ronaldo “Roxinho”, Roberto Lima, Cícero “Stru”, Cícero “Cuecão”, Francisco Gomes, Fernando Veloso, “Tico”, Walter e outros – para tratar de assuntos vários: falar dos filmes vistos, das morenas e das loiras que enfeitavam a vida da cidade, de futebol, de livros e literatura, das escolas, pois uns estudavam o científico e outros o técnico, uns na Escola Normal e outros no Instituto Norte Mineiro. Chegava dezembro, entrava janeiro, a vida em Montes Claros tinha glamour. E ainda tem graças a Deus Nosso Senhor, adorado na dança e no tambor dos catopês que em todo mês de agosto, como agora, minha senhora, com muito gosto, dão vivas ao Divino Espírito Santo. Montes Claros ainda tem as serestas, tem as festas no Automóvel Clube e tem agora, muito mais do que antes, meu senhor, movimento crescente de gente, carros, bicicletas e motos em quantidade, um horror. Montes Claros virou um grande centro, de tudo tem um tanto, inclusive os males que afligem as populações das grandes cidades. Nada é perfeito, mas eis que o prefeito Luiz Tadeu caiu na real e viu que não é uma atitude legal deixar a praça no estado em que se encontra. Reformar a Praça Coronel Ribeiro poderá fazer com que o prefeito ganhe pontos no gráfico estatístico da administração que não vem tendo nota boa por parte da população. Cheguei a invocar, daqui da janela, ilustres personagens da nossa história, como Hermes de Paula, João Valle Maurício, Mário e Darcy Ribeiro, além de Cândido Canela, na esperança de que o prefeito ouvisse o clamor dos que juram amor eterno pela cidade e que viveram ali, naquele logradouro, muito antes de Carlos Imperial compor “A Praça”, para Ronnie Von cantar e de graça ganhar notoriedade atualmente perdida na desdita da vida. Acredito que, se possível fosse, os intrépidos personagens dos filmes daqueles anos – Roy Rogers, Rock Lane, Rex Alen, Tarzan, Zé Trindade, Grande Otelo, Anselmo Duarte, Thor e o seu martelo, além de tantos outros – deixariam a arte das telas para comemorar a possível redenção da praça. Daqui da minha janela, donde contemplo a Serra do Curral, imagino os homens da Prefeitura de Montes Claros com pás e picaretas remexendo a grama, as pedras portuguesas e com a maior presteza, dando à praça a dignidade perdida nesse vai e vem da vida. No dia da reinauguração da praça, é preciso que o prefeito faça uma festa. Os frequentadores de hoje merecem, mesmo porque um acontecimento deste não pode passar em vão. Enquanto Montes Claros cresce a cada dia, de modo descontrolado, é preciso dar à população condição de viver e de lazer. Afinal, ninguém é de ferro, e quanto mais praças a cidade tiver, tanto lucram as gentes como também o prefeito, que, com jeito, cairá nas graças do povo e se livrará do risco de levar ovo na testa se não zelar pelo bem público. Pois é claro, o povo protesta. Bobo não há, aqui, nem aí, nesses montes ainda claros.

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