Ministro Alexandre de Moraes manda prender homem que quebrou relógio em Brasília e foi solto por juiz mineiro. Mandou também investigar criminalmente o juiz
Quinta 19/06/25 - 23h48Ferreira havia sido beneficiado com progressão da pena para o regime semiaberto por juiz de Minas.
Na segunda-feira (16), o juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Uberlândia, autorizou a soltura de Ferreira, com base em relatórios de bom comportamento e cumprimento da pena — mas sem exigir o uso de tornozeleira eletrônica, alegando falta de equipamentos no estado
Moraes contestou a decisão.
Argumentou que o magistrado não tinha atribuição para deliberar sobre o regime de condenados por crimes relacionados ao 8 de janeiro — cuja competência é exclusiva da Corte —, além de ressaltar que, por se tratar de crimes graves, a progressão só seria possível após 25% da pena, e não os 16% cumpridos até então.
O ministro ainda solicitou que a conduta do juiz seja apurada criminalmente, e determinou a reintegração imediata de Ferreira ao regime fechado.
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16h08, quinta-feira, da Agencia Brasil
Justiça solta homem que quebrou relógio histórico em atos golpistas
Antônio Cláudio Alves Ferreira estava preso desde janeiro de 2023
ANDRÉ RICHTER - REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL
A Justiça de Minas Gerais mandou soltar o homem condenado a 17 anos de prisão por participar da invasão ao Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e destruir um relógio histórico do século 17.
Antônio Cláudio Alves Ferreira estava preso desde janeiro de 2023 e ganhou direito à progressão para o regime semiaberto. A decisão foi proferida na segunda-feira (16) pelo juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais (VEP) de Uberlândia.
O acusado estava preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No ano passado, o acusado foi condenado pela Corte a 17 anos de prisão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, dano do patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Durante a tramitação do processo, o réu prestou depoimento e confessou que esteve no Palácio do Planalto e danificou o relógio. Após os atos, ele fugiu para Uberlândia e foi preso pela Polícia Federal.
Produzido pelo francês Balthazar Martinot, o relógio danificado pelo condenado foi dado de presente ao imperador Dom João VI pela corte francesa em 1808 e fazia parte do acervo da Presidência da República.
No início deste ano, o Palácio do Planalto anunciou que o relógio foi recuperado. O processo de reparação contou com auxílio de uma relojoaria suíça.