Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.
Clique aqui para exibir os comentários
Os dados aqui preenchidos serão exibidos. Todos os campos são obrigatórios
Mensagem: Monsieur Arrudá no cinemá francé Haroldo Lívio O poeta Wanderlino Arruda está com tudo e está prosa, montado na razão, não conseguindo disfarçar a cara de felicidade que tomou conta de si. Aproveita, amigo, pois não é todo dia que a tal felicidade bate à porta. Se nosso inesquecível João Valle Maurício ainda estivesse entre nós (e poderia estar com suas 88 primaveras), ele certamente diria: “Esse Wanderlino está com a bandeira do Divino!” Estaria comparando sua alegria com a vivacidade do porta-estandarte que dança à frente do terno de dançantes, na festa de agosto, girando e rodopiando. Nosso poeta acertou na sorte grande e tem motivo de sobra para comemorar o prêmio recebido. Ele publica sempre poemas pela internet e foi surpreendido com a boa nova do aproveitamento de um deles para ilustrar cena romântica de um filme francês recentemente lançado. Não é comum a utilização da poesia brasileira no cinema estrangeiro. No momento, confiando apenas em minha memória, recordo-me do filme “Um homem, uma mulher”, produzido há cerca de quarenta anos, estrelado por Jean Louis Trintignant e Anouk Aimeé, de grande sucesso de público. Na trilha sonora incluíram o Samba da Bênção, de Vinícius de Moraes e Baden Powell, homenageando a musicalidade da nação brasileira. Salvo engano, essa obra-prima ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Guardadas as devidas proporções, Wanderlino viveu a mesma emoção de Vinícius. O diretor francês além de valorizar o poema de nosso contemporâneo e conterrâneo, ainda teve o gesto gentil de colocar seu nome nos créditos do filme. Isto é de grande importância cultural. Já pensaram se também ganhar um Oscar ou vir a ser laureado em Cannes ou Veneza. Quando Elisabeth Taylor tinha 14 anos, em 1946, fez uma ponta no filme americano “Jane Eyre”, no papel de uma linda adolescente, de beleza fascinante, que participou de uma cena rápida, sem fala apesar de ter nome. Pasmem, sua participação meteórica não valeu a inclusão de seu nome real nos créditos. Como sabemos, a imperdoável omissão de seu nome não representou obstáculo para a realização de uma das mais brilhantes carreiras da Sétima Arte. Palmas para o diretor francês que homenageou o poeta brasileiro, creditando-lhe a participação, embora ainda não se conheçam pessoalmente. Nem sempre o colaborador é reconhecido por quem se beneficia de sua boa vontade. Há quase trinta anos, o diretor de novelas Walter Avancini e seu assistente Laborda, que faziam os primeiros levantamentos para a gravação da minissérie “Grande Sertão: Veredas”, procuraram conhecido nosso, em sua casa, pedindo orientação sobre usos, costumes e tradições da região focalizada em seu trabalho de televisão. Encontraram as respostas e ainda levaram indicações de locais adequados para as cenas de combate, que foram amplamente aproveitadas. Meses depois, a minissérie estava nas telas de tevê. Nos créditos, muito nome, a equipe técnica, a equipe de produção, governo, prefeituras da região. Esqueceram-se de agradecer ao consultor que tão bem os atendeu. Seu nome não apareceu nos créditos. Por isto, mais aplausos para o diretor francês e para Wanderlino Arruda, o poeta do cinema.
Trocar letrasDigite as letras que aparecem na imagem acima