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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: O que o técnico José Ponciano vem alertando aqui no Mural não é mera especulação, e merece sim, uma reflexão séria das autoridades. Ninguém até o momento falou que a perfuração de poços pode provocar terremotos, pois este fenômeno ocorre ao nível das placas tectônicas situadas a quilômetros da superfície. A questão levantada, e inclusive confirmada durante a palestra do prof. Lucas da UNB, é de que a estrutura geológica mais próxima à superfície pode influenciar nos resultados de qualquer abalo ou tremor, seja provocado por um terremoto ou por uma acomodação do subsolo, o que não é nenhuma raridade em regiões cársticas como a nossa. Outro dado técnico a ser observado, é de que não há similaridades entre os aquíferos calcários de grande parte do sudeste, centro oeste e nordeste, com o conhecido aquífero Guarani, já que a litologia (tipo de rocha), é totalmente diferente. A acumulação de água no Guarani ocorre no interior das rochas areníticas, extremamente porosas, e não nas fraturas, fendas e cavidades (cavernas)como é o caso de regiões calcárias. E não faltam estudos no Brasil sobre os fenômenos de instabilidade do solo, com a ocorrência de afundamentos significativos, provocando graves riscos e prejuízos à população. Tais fatos foram comprovadamente causados ou acelerados por ação antrópica, principalmente com o bombeamento de água subterrânea em grande escala. O caso mais famoso do Brasil aconteceu na cidade de Cajamar, onde praticamente metade de um quarteirão foi engolido por um grande buraco. A área hoje foi devidamente aterrada e virou uma praça.Há estudos sérios do IPT e Universidade de São Paulo sobre o fenômeno. Nós que compartilhamos com Ponciano dessa preocupação, queremos apenas o que é correto e sustentável quando se trata da exploração de qualquer recurso natural, principalmente a água. Tudo tem impacto, e quando isto não é devidamente pode provocar problemas graves. Temos que cobrar das autoridades, não apenas a instalação de sismógrafos, mas também a elaboração urgente de um estudo geomorfológico da região, principalmente nas áreas urbanas, onde a demanda por água subterrânea é cada vez maior. Para isso é preciso conhecer e dimensionar o volume que vem sendo explorado, a quantidade de poços, profundidade e principalmente a responsabilidade técnica dos projetos, pois grande parte do que existe e vem sendo feito, é clandestino. Tal estudo irá fornecedor dados e subsídios técnicos, não apenas na atividade de exploração de água, mas também para o setor de engenharia civil, nos cálculos estruturais que possam garantir a segurança de edificações. O que precisamos buscar e a sustentabilidade e não a exploração desmedida a todo o custo dos recursos naturais. Nós todos já pagamos um alto preço com os impactos da exploração predatória do meio ambiente.

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