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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Por obra do destino, Deus permitiu a minha convivência com as mais diversas figuras, desde aquelas mais simples (porém, não menos importantes) até nomes de destaque nacional. Uma dessas figuras foi José Alencar, político sério, exímio empresário e acima de tudo, um grande homem, que, conforme mensagem publicada neste espaço, tinha um carinho especial por Montes Claros, participava de momentos políticos, sociais e das manifestações culturais. Aproximei de José Alencar em 1993, quando ele era presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas (Fiemg). Uma entrevista com ele foi o cerne de uma série de reportagens sobre a Retomada do Desenvolvimento do Norte de Minas, que, pouco depois seria premiada (minha primeira conquista, por sinal). Tempos depois, em março do ano 2000, recebi, através de Luiz de Paula (outra figura ímpar), convite para participar da festa comemorativa dos 50 anos de vida empresarial de José Alencar. Na ocasião, generoso como sempre, Luiz de Paula disse que o próprio Alencar lembrou do meu nome. Acabei testemunhando o primeiro encontro entre o fundador da Coteminas e Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro foi marcante para que os dois fizessem a dupla que viria a comandar o Brasil por oito anos. Aliás, foi em Montes Claros, em fevereiro de 2002, que Lula selou com José Alencar a chamada união “trabalho e capital”. Cobri o acontecimento. Mas, é algo para a história contar. José Alencar eleito vice-presidente continuei acompanhando a sua trajetória e fazendo a cobertura, sempre sendo convocado para ouvir suas opiniões sobre os mais diversos eventos. Por mais de uma vez, me atendeu ao telefone. Veio a doença. Recebi a incumbência de acompanhar o caso. Foram muitos os fatos. Lembro-me, por exemplo, de um dia, quando toda a imprensa nacional estava “lá embaixo”, na porta do Sírio Libanês e, dentro do quarto do hospital - quando eu falava com o seu assessor -, o próprio vice –presidente se prontificou a falar comigo ao telefone. Não era simplesmente comigo que ele quis falar, mas com o povo brasileiro e com os mineiros, especialmente, com o povo de Montes Claros. Então, os méritos não foram meus. Mas, dele, pela simplicidade e carinho com as pessoas – valores inabaláveis. Também foram muitos “plantões”. Ganhei a confiança dos doutores Paulo Hoff e Ademar Lopes, da equipe responsável pelo tratamento do ex-vice-presidente. Foram inúmeras vezes que o doutor Paulo Hoff, mesmo dentro do hospital, não se importou em me atender, porque sabia que em lugares distantes existiam milhares de pessoas ávidas por noticias e rezando pela saúde do seu paciente. Com o doutor Ademar acabei estabelecendo mais do que uma relação repórter-médico: a amizade verdadeira. Ele é mineiro de Delfinopolis. Á medida que o tempo passava, cada vez mais despertava em mim um sentimento de admiração a José Alencar. Repórter não pode ser parcial. Mas, no caso, eu confesso que tornei-me parcial -parcialidade a favor da vida -. Virei um torcedor para sua superação. A cada cirurgia bem sucedida ou quando ele deixava o hospital, eu comemorava. Ouvi dele muitas frases que me fizeram dar mais valor à vida, às pessoas de bem. Compreendi que inteiramente que o TER tem sua importância. Mas o SER vale mais. Teria muito mais a contar. Mas, aproveito esse espaço para agradecer a José Alencar e a Deus o aprendizado. Não poderia deixar de agradecer a todos que, de alguma forma, me ajudaram em momentos difíceis, como os doutores Ademar Lopes e Paulo Hoff, colega José Roberto Burnier, d. Nilza, d. Norma e Luiz de Paula Ferreira. José Alencar vai nos fazer falta. Mas, o seu exemplo fica para sempre.

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