Polícia Federal divulga operação contra fraude no Seguro DPVAT nas cidades de Janaúba e Jaíba. Documentos falsos eram utilizados, inclusive laudos médicos
Quinta 13/02/25 - 10h30![](https://montesclaros.com/img/fotos/laudos.gif)
PF deflagra operação contra fraude no Seguro DPVAT em Minas Gerais
Investigação revela esquema criminoso com centenas de solicitações fraudulentas
Montes Claros/MG.
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (13/2), a operação "Sinistro Fantasma", para desarticular um esquema de fraudes no Seguro DPVAT em Jaíba e Janaúba/MG.
Um grupo criminoso utilizava documentos falsificados para solicitar indenizações indevidas.
As apurações tiveram início após denúncia da Caixa Econômica Federal, que identificou padrões suspeitos em diversos pedidos de indenização.
O grupo fabricava boletins de ocorrência, laudos médicos e outros documentos para simular acidentes de trânsito.
Em muitos casos, as supostas vítimas sequer estavam envolvidas nos incidentes relatados, e em outros, as lesões descritas eram incompatíveis com os eventos narrados.
As fraudes contavam ainda com a participação de um profissional da área médica, que emitia pareceres falsificados para facilitar a liberação dos pagamentos.
Foram cumpridos 3 mandados de apreensão de documentos, celulares e computadores.
Os envolvidos poderão responder pelo crime de estelionato qualificado.
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Do jornal O Tempo, de BH, quinta-feira, 11h28m:
PF faz operação contra fraudes no DPVAT em cidades do Norte de Minas
O grupo fabricava boletins de ocorrência, laudos médicos e outros documentos para simular acidentes de trânsito que nunca aconteceram
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (13 de fevereiro) a operação "Sinistro Fantasma", com o objetivo de desarticular um esquema criminoso de fraudes no Seguro DPVAT nas cidades de Jaíba e Janaúba, no Norte de Minas. A investigação apontou que o grupo utilizava documentos falsos para solicitar indenizações indevidas, causando um prejuízo significativo ao sistema de seguro obrigatório.
As apurações começaram após uma denúncia da Caixa Econômica Federal, que identificou padrões suspeitos em diversos pedidos de indenização. No decorrer da investigação, constatou-se que um único intermediário atuava como procurador em mais de 250 solicitações, das quais 157 foram indeferidas por inconsistências documentais e 92 resultaram em pagamentos indevidos.
O grupo criminoso fabricava boletins de ocorrência, laudos médicos e outros documentos para simular acidentes de trânsito que nunca aconteceram. Na maior parte dos casos, as supostas vítimas sequer estavam envolvidas nos incidentes relatados, e em outros, as lesões descritas eram incompatíveis com os eventos narrados.
Entre os casos mais emblemáticos, a PF indicou um acidente em que uma criança de 6 anos receber o seguro DPVAT, apesar de o boletim de ocorrência registrar apenas "pequenas escoriações" no acidente. No entanto, no laudo médico fraudado, constava que o paciente estaria gestante, evidenciando a adulteração grosseira do documento.
Outro beneficiário obteve a indenização após um acidente de moto, embora, segundo o boletim de ocorrência, a vítima real fosse sua namorada. Além disso, havia outra contradição: o boletim informava que a perna fraturada era a esquerda, enquanto o laudo médico indicava a direita. As fraudes contavam ainda com a participação de um profissional da área médica, que emitia pareceres periciais falsificados para facilitar a liberação dos pagamentos.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal indicaram outro ponto de destaque: uma mesma motocicleta foi registrada em 21 acidentes diferentes, com condutores distintos, no período de menos de um ano – sempre em circunstâncias semelhantes.
Na manhã desta quinta foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, incluindo escritórios e residências nos municípios de Jaíba e Janaúba, no Norte de Minas Gerais. Durante as diligências, a Polícia Federal apreendeu documentos, celulares e computadores, que poderão auxiliar na conclusão do inquérito policial. Os envolvidos podem responder pelo crime de estelionato qualificado, com pena de até seis anos de reclusão. (Com informações da PF/MG)