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Mensagem: Muito esclarecedora a palestra do prof. e doutor Lucas Vieira Barros, chefe do Observatório de Sismologia da UNB, realizada na manhã de hoje no auditório da Amams. Sendo um dos maiores especialistas em sismologia do país, além de explicar o fenômeno terremoto de forma bastante didática, fez uma análise histórica dos acontecimentos no Brasil e no mundo. Quando aos recentes tremores em nossa região, e mais especificamente os ocorridos em Montes Claros, ele procurou tranqüilizar a todos sobre os efeitos danosos na superfície. Na fase das perguntas o nosso amigo José Ponciano Neto levantou uma questão que é motivo de preocupação de muita gente. Até que ponto a exploração desenfreada dos aquíferos cársticos na região pode contribuir com esses fenômenos e seus resultados? O professor Lucas Vieira, explicou que os motivos tectônicos conhecidos, relativos especificamente à movimentação das placas em grandes profundidades, sofrem sim influência da geomorfologia, ou seja, da estrutura geológica existente sobre o ponto onde se origina o tremor (epicentro). Compartilho com Ponciano sua preocupação quando ao desconhecimento quase que total, da estrutura geológica de nossa região e do possível comprometimento da estrutura cárstica dos lençóis subterrâneos submetidos a uma explotação indiscriminada e em número e volume cada vez maior. O histórico da exploração da água subterrânea na região, mostra um quadro preocupante. Os poços mais rasos têm produzido cada vez menos água e os novos estão sendo perfurados a profundidades cada vez maiores. Ou seja, o calcário sob os nossos pés, uma verdadeira esponja formado por milhões de cavidades, capaz de acumular bilhões de metros cúbicos de água, está se esvaziando a ponto de criar instabilidade estrutural(perda da pressão hisdrostática), como explicou o amigo Ponciano. Essas grandes cavernas vazias, sem essa dinâmica de preenchimento e esvaziamento podem sofrer colapsos de abatimento, como ocorrem naturalmente nas cavernas mais próximas à superfície. Em várias regiões do país e aqui mesmo no Norte de Minas, ocorrem afundamentos do solo independentes de tremores. O fenômeno batizado por “Cajamar” é conhecido dos geólogos, ocorrendo inclusive em áreas urbanas. Como disse o prof. Lucas Vieira, não há motivos para alarme, mas é preciso que todas as medidas possíveis sejam tomadas para o monitoramento preciso desses fenômenos, inclusive com a instalação de uma rede de sismógrafos na região, para a partir daí, ter mais subsídios técnicos confiáveis. Quanto à questão geológica da região e o possível comprometimento estrutural, compartilho da opinião de Ponciano e de muitos técnicos da região, de que é preciso um estudo preciso da situação do subsolo da região. Sabe-se que o número de poços tubulares na região, áreas rurais e também urbanas, tem crescido de maneira desordenada sem o monitoramento dos órgãos oficiais. Ninguém sabe ao certo a dimensão desse verdadeiro “paliteiro”, como apelidou Ponciano. Vale lembrar e alertar que na área urbana, muitos condomínios têm perfurado poços e disponibilizado a água “in natura” para consumos dos moradores. A população precisa saber que isso pode ocorrer desde que haja o tratamento adequado da água de acordo com os padrões definidos em Lei e que devem ser fiscalizados pela Vigilância Sanitária. Um dos grandes condomínios da cidade chegou a ser autuado há alguns anos e obrigado a instalar o tratamento, após a verificação de água imprópria para o consumo humana. Mas esse é apenas um, num universo ainda não dimensionado. É preciso ficar de olho pois tal fato é problema de saúde pública.
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