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Mensagem: Municípios e favelas Manoel Hygino Já me referi ao tema algumas vezes. Mas ele continua candente, exigindo ou impondo novos exames, análises e avaliações. Favela está no cotidiano de um expressivo número de famílias, servindo como material para alegres sambas e carnavais, mas também para o noticiário cotidiano de imprensa, seja jornal, revista, rádio, televisão. É alegre dependendo das circunstâncias e datas, é triste e dramático de acordo com a hora e o local. Li, há poucos dias, que se as favelas brasileiras fossem um Estado, seriam o 5º maior em número de domicílios e o 7º maior em renda. É algo que faz pensar; não basta mudar o substantivo para a comunidade. Favela existe em nosso meio em todas as grandes cidades. A favela constitui um retrato da crise urbana, não há como negar ou disfarçar. Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), organismo respeitável e a que se devem serviços relevantes, divulgou um estudo valioso sobre favelas e comunidades urbanas, baseado em dados do Censo de 2022. O documento revela a expansão da população favelada e o número de favelas em todo o país. É algo sobremodo importante e precisa ser conhecido para um efetivo julgamento do que é o problema. Para o credenciado jornalista Luiz Carlos Azedo, veterano nos jornais e na confiança do público leitor, o documento publicado é um retrato de uma crise urbana sem solução à vista. Assim, quem conhece o número de municípios que formam Minas, não imagina o que há no restante do país, o que representa em demandas e exigências ao poder público. Lembro com profundo respeito o nosso Serra da Saudade, que poderia servir de exemplo, o menor município do Brasil, uma pátria de paz e felicidade. E, no outro ângulo, a Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, a favela mais populosa do país, 72.021 habitantes e 30.371 domicílios, que segue em expansão, antevendo-se novos e mais graves problemas para a administração carioca. Para não se permitir que se julgue um problema antigo, conviria registrar que o Distrito Federal não anda longe. A Brasília, que Juscelino sonhara sem desafios no gênero, tem 71.908 habitantes e 21.889 domicílios, continua crescendo horizontal e verticalmente. Sob a denominação agradável de Sol Nascente. Se não se agir agora, a capital nacional poderá enfrentar mais graves problemas. O tempo dirá. Nossas políticas urbanas falharam. E as consequências vieram e virão inapelavelmente. E, quanto ao DF, não se olvidará que Brasília é a sede do governo da maior nação do hemisfério.
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